terça-feira, maio 23, 2006

Monochrome

Anyway, i can try anything it's the same circle that leads to nowhere and i'm tired now.

anyway, i've lost my face, my dignity, my look, all of these things are gone and i'm tired now.
but don't be scared, i found a good job and i go to work every day on my old bicycle you loved.
i'm pilling up some unread books under my bed and i really think i'll never read again.
no concentration, just a white disorder everywhere around me, you know i'm so tired now.
but don't worry i often go to dinners and parties with some old friends who care for me, take me back home and stay.
mochrome floors, monochrome walls, only abscence near me, nothing but silence around me.
monochrome flat, monochrome life, only abscence near me, nothing but silence around me.
sometimes i search an event or something to remember, but i've really got nothing in mind.
sometimes i open the windows and listen people walking in the down streets. there is a life out there.
but don't be scared, i found a good job and i go to work every day on my old bicycle you loved.
anyway, i can try anything it's the same circle that leads to nowhere and i'm tired now.
anyway, i've lost my face, my dignity, my look, all of these things are gone and i'm tired now.
but don't be scared, i found a good job and i go to work every day on my old bicycle you loved.
mochrome floors, monochrome walls, only abscence near me, nothing but silence around me.
monochrome flat, monochrome life, only abscence near me, nothing but silence around me.



Yann Tiersen lyric
Album: C´Était Ici 2002

domingo, maio 21, 2006

A presença do mar

A água do mar cicatriza, mas deixa presente a memória das marcas. Rói a carne e eterniza o facto de um dia ter existido dor. Ausento-me de todas as coisas, primeiro era o verbo - líquido - a prender-nos a língua. A água do mar é o mantra mais fatal e o mais antigo. É o vértice superior do triângulo. A dor dói até passar-se. Já não é. Parei-a. Colapso exangue ao sol como nos braços de um amante frio. A voz do mar reitera para sempre o facto de haver sangue e deste me pulsar de culpas humanas nas veias. Conto as ondas. Sete, até uma maior. Sete é o número exigido à perfeição. De bruços, o ventre exposto ao sol e aos gritos das gaivotas. O sal seca em crostas finas e o sol dilacera de calor e prontidão. A água do mar come as feridas. Deixa só presente a memória de termos existido nelas.

sábado, maio 20, 2006

Comigo

Adoro andar nua…

Sozinha em casa nua…

Sempre gostei!

É sempre assim, quando preciso de estar sozinha, sem chorar, somente sozinha… para estar…

Estar comigo!

Convidam-me para sair, são simpáticos\as, mas não me apetece, desinteresso-me!

Hoje só eu me interessa!

Precisava de mais dias assim!

Comigo!

Antes tinha mais dias destes!

Acho que tenho andado adormecida por não ter dias destes!

sexta-feira, maio 12, 2006

À tarde, ao vento.

Nem sei bem onde se ficou. Quando foi a última vez? Já lá vão muitos anos.
Ainda o sol ia alto, as pernas a bambar no muro alto da praia. Uma garrafa de cerveja suspensa ao sol e mato por baixo, ao fundo.
Silêncio e de vez em quando palavras poucas.
"Não há ondas..."
Gaivotas e o vento entre os cabelos. Mais silêncio. O silêncio é bom. Andamos muitas vezes entupidos de palavras.
"É, mar chão... Foste ao outro lado?"
"Tá pior..."
"Hum..."
Não vale a pena mais nada. As pessoas são clássicos. Reinventadas na nossa memória. Devagar... sem estragar nada...

Com os olhos

"Porque te aborreces tanto quando olho para os outros se para ti eu olho só com a boca?"
Pergunta bonita de se fazer a alguém.