domingo, julho 23, 2006

Kodak Chrome

O clic do obturador como o disparo de um revólver. Parei-te. Um momento. És exacto do que eu quero. Só que eu não quero. Conserva-te estático. Amarelece no papel uma vez que não hás-de permanecer na minha vida. Uma vez que não permanecerás nunca intacto. O clic do obturador, o ruído do manípulo que enrola a película. Confesso que me agrada, versejar sem palavras, como um fantasma ideal, ausente na vida de todas as pessoas. Preparar o instante em que largo os dedos num espasmo da vontade. Tenho um olhar vagabundo, perfurando a carne, revelando o medo. Tenho um olhar vagabundo, vagamente clínico, um nada obsceno: já não espero ser perdoada... O clic do obturador como o disparo de um revólver...

sábado, julho 15, 2006


Chorar e música…

A ligação? Uma que compensa a outra!

Não preciso de chorar noutras ocasiões porque quando ouço música todo o meu corpo chora! Sei o que sinto! E quase que não me sinto mal com o que sinto! A tristeza é tristeza e pronto… também é linda! Não consigo gostar tanto de outras emoções, é esta a que oferece maior beleza à pauta!

Mesmo aquelas notas que não me deixam parar os cabelos têm alguns tons de tristeza! E quando me deixo sentir essa tristeza há um momento! Um momento no entre… em que a satisfação me faz tremer, suar e não consigo parar!

Loucura e tristeza… A ligação? Em mim é ela, a tristeza, que me mantém mais ou menos lúcida, faz-me pensar! Liga-me ás coisas, ao acontecer (pelo menos os meus)!

Os outros? Quem são os outros? Quero tanto, mas não consigo, talvez não sejam eles os complicados, eu sei que a complicação vem de mim! Ninguém entra, ninguém sai! É só um emaranhado de flores e teias, vivas e murchas que me pertencem, porque sou eu! Adoro-me e Odeio-me como Adoro e Odeio todos os Outros! Tenho a certeza que não sei nada quando sinto que sei tudo!

É desconfortável sentir assim, ser assim! Saber assim!