domingo, dezembro 17, 2006

Vai-te foder...

Estava capaz de te telefonar para te dizer apenas "Vai-te foder."
Apareces na minha vida nas alturas menos próprias: antes durante e depois. E instalas-te, como se fosse um direito adquirido, a atezanicar-me o juízo.
Chega-te para lá que eu preciso de respirar.
Chega-te para lá que a tua ausência dá-me ganas de partir coisas - o que é bom, é o início do processo criativo.
"Vai-te foder" é a mesma coisa que "amo-te", mas sem parecer tão arrumadinho. É uma mistura de tesão, carinho e ardor em partes desiguais e todas prontas para explodir ao mínimo gesto que faças. Anda lá, mexe-te. Que é para veres que não estou a brincar.
"Vai-te foder" é amor à séria.
Como quando te peço que me maltrates. Claramente não estou a brincar. Com estas coisas não se brinca. Disfarça-se.
"Vai-te foder" é uma espécie de confissão, um "ganhaste", com medo de virar lamechas. É o meu coração a nu. Que não consegue pedir-te nada. Nem desculpa.