Odeio-te! E nem imaginas quanto!
És tão igual aos outros que até me fazes impressão!
É que nem à procura andas, resignas-te ao que és!
Dás-me pena!
O ódio dura apenas mais uns dias, depois passa e serás apenas mais um, que em nada foi especial!
Deixei-me estar… quis-me manter cega!
Era mais fácil manter-me assim, afinal o sangue que corre em mim é humano! Mas tu sabes, sempre soubeste! Eu sempre to disse! Porque eu nunca menti!
Gosto muito mais de mim do que de ti! Eu tenho uma coisa que tu já não tens porque deixaste escapar –o potencial para viver mil vidas!
Agora só te tenho a agradecer, a força que sempre viste em mim, que andava ultimamente desvanecida, tornou-se tão explícita! Com tantas vontades e certezas!
Agora sem ti… posso ser Tudo!
O meu ódio é diferente do teu!
Eu odeio todos os dias, como amo todos os dias!
Tu não sabes fazer nem uma coisa nem outra!
O teu vazio é tão diferente do meu, não sentes nada!
E dizem que és mais humano que eu?
No meu vazio consigo sentir tudo!
Sou uma perdida! É verdade!
Perdida no meu mundo caótico! Onde ora sinto assim, ora sinto isto, aquilo… vermelho, preto, violeta, verde, rosa, laranja… os sentimentos são sempre tantos que ás vezes me vejo aflita! Mas sei que sinto sempre, sei que me posso surpreender todos os dias, sei que há tanto para viver!
Sei que há altos e baixos e os baixos empurram-nos sempre para um lugar mais alto (como se a escada ou espiral da evolução tivesse trampolins nos degraus mais baixos)!
Tu não tens cor, a tua cor é a cor de todos, aquela que é muda, não tem nada a dizer, nada de novo!
Tu também és um perdido! Mas um perdido no vácuo do nada! A tua ambição é ser apenas mais um, não sabes a quantidade de cores que tem o mundo, a quantidade de estímulos, de sentimentos que te passam despercebidos por não saberes o que são, teres medo do que possam ser… tu e aqueles que como tu são, não vivem!