Jesus Asperger O Nosso espectro do Autismo – confissões

Nasci. Acho que no inicio fui um embrião como outro qualquer, afora o facto de ter sido concebido espirituosamente. Mamava mais do que o normal, em bébé, mas precisava de me alimentar. A minha mãe foi muito especial. Desde cedo incutiu em mim a responsabilidade de ser quem sou- “o salvador do mundo”. Ela engravidou de Deus e isso fazia-me sentir importante. Fui crescendo e fui percebendo quem eu era realmente. A certa altura as palavras brotavam no meu espirito com tal intensidade que me sentia a rebentar. O meu discurso sempre foi bom, modéstia à parte. Por isso não tive muitos amigos da minha idade, dava-me mais com os adultos. Eles diziam-me que por vezes utilizava uma linguagem um pouco estranha, mas gostavam, sentiam-se fascinados. Porque se há uma coisa onde sou bom é com as letras! Oh, como eu falava bem! Aquelas parábolas...até hoje ninguém me conseguiu igualar. Para além disto, tinha também uma postura cativante, sempre me disseram que tinha um olhar tripante.

Mas na minha adolescência e vida adulta as palavras não me safaram com as mulheres! Nunca consegui manter uma relação com uma mulher...Oh, mas para quê, as mulheres? O prazer nunca me interessou! Certamente que se tivesse estabelecido alguma relação depressa chegaria à conclusão que os nossos interesses não eram compativeis.

Oh! merda! Oh! caralho que disse merda! Oh foda-se que disse caralho! Oh...piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii (caso não tenham reparado o Método Rantanplant começa a fazer das suas e a infiltrar-se nos mais sensiveis mistérios do mundo).

O que é que me estar a acontecer...

Continua